Moto Perpétuo !

MOTO É PERPÉTUO ! As aventuras de uma banda inigualável

Eu era um garoto ainda, e meu pai , vendo que eu tinha gosto pela coisa, sugeriu que o Solano Ribeiro, nosso primo, seria um bom contato pra mim, na música popular…( mais uma vez, Gelson fazia e fez a diferença, secretamente sonhando em ver o Guilherme na música – nunca assumiu muito isso, inclusive ele se arrependeu muito depois, mas essa é a verdade , devo tudo a meu pai ! ) Dessa forma, os embriões da saga do Moto Perpétuo e do Guilherme Arantes começam lá atrás, no longínquo ano de 71 – ( nos meus tenros 18 anos de idade ) – quando fui conhecer meu primo em segundo grau, o querido Solano. Através dele, muito de minha carreira posterior fluiria… Filho de uma prima do meu pai, Solano é uma sumidade em música popular, tendo em seu currículo admirável a direção dos mais importantes festivais, programas de TV, produção de discos antológicos e participação decisiva no que de melhor a musica brasileira apresentou em toda sua história… fui então ver uma produção dele no Teatro Ruth Escobar, a peça “Plug”, com participações de Carlos Lee ( incrível artista, cantor e poeta Dylanesco, com letras visionárias, inesquecíveis) , o maravilhoso grupo O Bando, de músicos magistrais, e envolvendo multimídias e performances com Rogerio Sganzerla, Rogerio Duprat e muitas outras pessoas incríveis da época…Pura contracultura ! O Teatro Ruth Escobar, no Morro dos Ingleses,junto com o Teatro 13 de Maio ( atual Café Piu Piu ) se constituem num pedaço considerável da minha vida. Muito do que vim a ser e que ainda sou está ali, secreta e sagradamente fincado, em amizades, casas, pessoas, sons, imagens, vivências e gratidões eternas. Naquelas escadarias, naquela praça, naquelas peças de Genet, montagens revolucionárias de Camões , nos incontáveis shows, sessões malditas, debates, se formou toda uma geração da cultura brasileira. Fiz parte disso. Nunca vou me esquecer. Naquela peça, Plug, conheci os maravilhosos músicos do grupo O Bando : a incrível e talentosa Marisa Fossa ( cantora ), Paul de Castro (guitarra),o Dudú Portes ( bateria), o Emilio Carrera ( tecladista), o Americo Issa ( guitarra, vocais ), Rodolfo Grani Jr, excelente baixista que se tornaria um amigão, e uma pessoa muito especial na minha vida, o baterista e compositor Diogenes Burani . De cara, houve uma identificação com Rodolfo e com Diogenes… Eu era fascinado pelo Bando, seus arranjos com duas baterias poderosíssimas, os riffs Led Zeppelinescos , era uma banda de muito respeito e virtuosismo psicodélico. Eu nunca tinha visto de perto nada parecido . As bandas de baile do passado ficariam a partir dali, sendo fichinha, brincadeira de amadores. Diogenes, numa tarde fria e cinzenta, me deu uma carona inesquecível na garupa de sua moto, uma Zundapp barulhenta… Rebelde e brilhante, Diogenes se tornou um ídolo. Era como que um irmão mais velho, pra mim – o irmão que eu não tive. ( agora…não consigo não chorar…) . Mas O Bando estava com muitos problemas internos, era muito talento junto, saindo faísca… Acabaram indo em blocos diferentes, cada um pro seu lado… Passei a frequentar a casa de Diogenes e sua querida e saudosa mãe, Dona Santina…, na rua Rocha ( na Bela Vista, perto da 9 de Julho ). Me tratavam como um parente chegado…Eu me espelhava nos bons exemplos do Diogenes, que estudava musica compulsivamente 24 horas por dia, se tornando um monstro na bateria… Testemunhei isso, e posso dizer que ele foi, é , e sempre será um baterista, um músico e criador de nível mundial, um visionário. Ele e o Rodolfo foram então tocar com Walter Franco – outro gênio – que lançava seu álbum seminal Revolver , com experiências quadrafônicas ao vivo, no Tuca –( Perdizes )… Walter era ( e ainda é ) um guru, na melhor acepção da palavra…Me lembrava muito o Donovan ( outro guru do mesmo nível e importância para o mundo…) se tornou um mestre para todos nós…Com suas letras minimais e geniais, seus achados…Tempos depois, Diogenes me ligou pra saber se eu tocaria com Jorge Mautner, no Teatro 13 de Maio…Que pergunta !!! Mas é claro que ERA TUDO QUE EU QUERIA FAZER DA MINHA VIDA ! Jorge era autor de livros, como “Narciso em Tarde Cinza” , que eu não parava de ler, e que influenciaria o “clima chuvoso” das minhas letras futuras, e era autor de canções malucas, filosóficas, entre elas o sucesso Maracatu Atomico que Gil acabava de eternizar …E assim, fui ensaiar na casa do Rodolfo Grani, na Previdência, e estreei ali minha carreira musical…no palco, fumando um cigarro atrás do outro, ainda com algumas espinhas na cara, super nervoso…Vou ser nababoô, vou ser nababuê…O relógio quebrou…e o ponteiro parou… O herói tem uma capa de estrelas…Tocamos também no Ruth Escobar, e quase que pintava uma viagem pra Bahia…Quando Diógenes falou que queria montar uma banda comigo ( eu tinha algumas canções com forte influencia de Milton/Clube da Esquina, umas levadas de 3 /4, de 7/8 , e até de 11 /8, quebradas, bem progressivas… )eu logo pensei no Rodolfo, mas este estava envolvido com Walter, com Jorge, não quis vir… Havia então um colega de Arquitetura na FAU, o Claudio Lucci, muito erudito, professor de violão que morava no Pari, e que também gostava de progressivos italianos ( Premiata Forneria Marconi, Le Orme, etc.. ) e chamei pra um papo comigo e com Diogenes. A gente tinha tudo a ver… Era o embrião da nossa própria banda…Pra mim, ter Diogenes comigo era um sonho, pois era mais experiente, e um músico totalmente acima da média… Ele logo lembrou de dois músicos que poderiam estar com a gente, o Gerson Tatini, um baixista monumental que morava na Aclimação, que curtia Gentle Giant, Yes, bem esquisitão… que tinha uma imensa aranha caranguejeira como xodó, dentro de um aquário de vidro, no quarto… E o Egydio Conde, um guitarrista também excepcional, com estilo bem Gilmour, bem Clapton, bem Beck, um luxo de pessoa, culto, elegante. Morava nos Campos Elysios, e eu me lembro que o pai dele fumava cigarros (muito) fedidos da legendária marca Petit Londrinos ( bizarro!)…Fiquei amigão de Egydio , também, a gente dava muita risada de tudo, identificação total…
Estava fundada a banda, e passamos a procurar um nome… Teve muitos candidatos… me lembro de “Parágrafo”…absurdo…Moto Perpétuo foi um nome que eu sugerí, e a gente logo se acostumou a ele – havia outras opções, mas acabou pegando esse nome… Na época, os Secos e Molhados tinham logrado um sucesso descomunal, tendo por fundamento o mesmo território efervescente do Bexiga: Teatro 13 de Maio, Morro dos Ingleses… Era impossível não falar e pensar nos Secos e Molhados , uma banda de qualidade fenomenal, tanto nas canções, nas letras, no cantor ( um verdadeiro gênio carismático e revolucionário, Ney Matogrosso ) . Conversei com Diógenes, e fomos procurar o empresário dos Secos, o queridíssimo, culto, arrojado e visionário jornalista Moracy do Val, que nos recebeu prontamente em seu apartamento na Alameda Lorena, ficando entusiasmado conosco… Moracy tinha um secretário, o Juracy Almeida, que se tornou instantaneamente nosso irmão. Pra mim, eterno. Acompanha a minha vida até hoje ( e continua igualzinho-da-silva, não envelhece, é um Mestre Yoda, hoje fortalecido em seu budismo exemplar…) Moracy estava repleto de problemas com as confusões de João Ricardo versus Ney, lá nos Secos…A banda estava se dissolvendo, para desespero dos milhões de fãs, como nós, e para desespero de Moracy, que estava sendo posto de lado pelo pai do João Ricardo, o jornalista e poeta João Apolinário… Lamentável, o final dos Secos daria muito pano pra manga, e a gente acompanhava passo a passo o inicio da carreira solo de Ney , uma grande estrela, e a tentativa de carreira solo do João Ricardo, com seu álbum de estética absolutamente fake-gay…Um fiasco total, apesar de ter o “midas” André Midani bancando…Que mico ! Enquanto isso, a gente andava de ônibus, e procurava um lugar pra ensaiar…Fomos então alugar uma casa no Brás, que era do sogro português do Sérgio, o irmão de Cláudio Lucci que trabalhava na Rhodia…O Claudio passou a ter um papel fundamental na banda, com suas ideias, suas amizades, suas soluções. Quase que um líder, trouxe para o nosso convívio alguns amigos leais, seus, de suas andanças ferroviárias no Brás, Mooca, etc.. Eram o “Zoio”, japonês, em cujo apartamento, perto do Ginasio do Ibirapuera, a gente se reuniu tantas vezes, e o Campacci ( o “Campa” ), um italianão que morava em Sapopemba e que faria a capa do nosso disco…Daí a musica dele falar em “Eram Três e Eu….” Claudio, com seu carisma de geminiano, era um agregador nato, e dava o tom ao Moto Perpétuo. Eu podia ter sido um líder no início, um mentor, mas os outros passaram a contribuir muito fortemente para a estética peculiar, a marca única da banda…O rigor das guitarras de Egydio, caprichosíssimo, melódico, sensual, as maluquices bizarramente musicais nas linhas de baixo de Gerson, a técnica infernal de Diógenes, com suas visões periféricas, geniais, os violões impecáveis de Claudio, suas incursões ao violoncello , fizeram o Moto logo explodir naquele quartinho de ensaios, no Brás, como uma música fulminante, da qual nos orgulharíamos pra sempre, sem uma única restrição, um senão, um retoque. A História nos julgará. Foi uma banda perfeita e ponto final. Fomos uma das melhores bandas de todo o movimento progressivo da época. Outra bandaça era o Vímana, do Rio, com Lobão, Lulu , Ritchie e Luis Paulo Simas. Outras de igual quilate eram o genial O Terço, com Sergio Hinds, Magrão, Flavio Venturini, óbvio, o Som Nosso de Cada Dia, com Manito, Pedrão Baldanza , Dino Vicente, e Pedrinho “negão” Batera, os divinos Mutantes.. . Que geração, a nossa ! Que orgulho nos dá ,hoje, vermos do que fomos capazes de fazer, com tão parcos recursos, na nossa mocidade ! Como a gente tocava, caramba ! Até hoje, não tem pra ninguém. Quem viveu, viveu. Quem estava lá, viu. A comparação que faço, hoje em dia, ao contemplar esse período, é com a Era dos Descobrimentos, em precárias caravelas de madeira ! É igualzinho !
Pois bem , na casa do Brás logo apareceu uma maitaca verde, um papagaiozinho que nunca falou uma única palavra… Era o Franz.. . Havia um cartaz escrito : “Ave Recalcitrante. Não perdoa, Bica !”…O Egydio havia comprado…finalmente…sua sonhada Fender Stratocaster, uma obra de arte, linda, em mãos tão talentosas…Pois ele estava mostrando , maravilhado, a guitarra pra nós, tirando cuidadosamente da embalagem, e eu, idiota, im-be-cil fui brincar com um martelo , falando, “…imagina se eu deixar este martelo cair…nessa guit….arrahhhhh…..” pois o maldito martelo caiu EM CIMA DA GUITARRA – XODÓ DO EGYDIO e fez um estrago no esmalte…Ele queria me bater…Com razão ! Os outros apartaram, eu fiquei com cara de idiota que eu era ….Merda….Como eu era crianção, como eu era inconveniente, até hoje não me perdôo por esse momento de bobeira desnecessária … Desculpe, Egydio ! …quase 40 anos depois…ainda não me perdoei ! Você me perdoou, mas eu não !
Aos trancos e barrancos, o repertório ficou pronto, e Moracy, que estava com moral na Continental ( do velho Byington ) nos ligou, oferecendo a oportunidade de gravarmos com o produtor Pena Smith nos estúdios da Sonima, na Av. Rio Branco. O ruim é que seriam só 5 dias, de segunda a sexta, num estúdio de…8 …canais… Lembro que Gerson foi frontalmente contra, pois as grandes bandas precisavam no mínimo de 24 canais…Seria uma loucura…Brigamos muito, mas eu decidí topar, e a gravação foi uma maratona de gambiarras sem fim… Baixo somado com bumbo num canal, batera toda mixada em outros 2, guitarras e teclados em mais dois, e assim por diante…O resultado, claro, apesar das qualidades do velho Pena, ficou muito aquém do que esperávamos, e do que a banda merecia…Mas foi o que pudemos ter… Disco feito, a capa foi elaborada pelo Marcos Campacci, o “Campa” de Sapopemba, mostrando em uma colagem as nossas fotos altivas de jovens com idealismo e muito orgulho desde o primeiro instante…E esse orgulho é diferente da arrogância. É pura a beleza dos nossos olhares …Como me emociono ao ver o quanto éramos, fomos e ainda somos íntegros ! Bem, naquela altura só restava ver quando e como o LP sairia…A Continental tinha uma “janela” de lançamento naquele final de ano de 1974, mas isso atrapalharia o lançamento de uma outra banda, do Rio, produzida por uma sobrinha do Byington (dono da gravadora) e essa banda era a Barca Do Sol , com os geniais Nando Carneiro, Jacques Morelenbaum, apadrinhada pelo Egberto Gismonti, e “darling”de figuras midiáticas da época, como Ana Maria Bahiana , um verdadeiro bicho-papão da revista “Rock”… Nem é preciso dizer o que aconteceu, certo ? Como nós batemos o pé com Moracy do Val pra sairmos logo com o LP , houve um massacre total nas resenhas especializadas. O Moto Perpétuo se viu, de cara, jogado na lixeira da “crítica”, saindo para as vendas no final de 74. Mas saímos, era o que importava… Logo tivemos o show de lançamento, no dia 11 de Novembro de 1974, uma mera segunda-feira, no Teatro 13 de Maio, que era dirigido pelo Benê Mendes…Até a “jararaca” da Ana Maria Bahiana foi…E foi um show incrível…Órgão Hammond com Leslie, Fender Rhodes com Echoplex Maestro , Clavinete Hohnner, tudo ali, alugado pelo Moracy, pra mim… Diógenes já com sua Ludwig metálica, bumbo duplo de 24, Egydio com sua querida Strato ligada num Twin Reverb…Gerson com seu Rickenbaker preto-e-branco, Claudio com seu violão Soros, sua Gibson semi acustica… eu me lembro de tudo, tudinho, parece hoje…. A FAU em peso, os amigos do Bar Riviera, a turma do Redondo, nossas namoradas, os cunhados, todo mundo lá, de uma vez… Me lembro da luz apagando, o teatro escuro, a primeira musica, “Mal O Sol”… Foi HISTÓRICO !
Os críticos cruéis passam, o mundo muda, mas o nosso acervo FICA
SÓ A HISTÓRIA NOS JULGARÁ.
E O MOTO SERÁ SEMPRE PERPÉTUO .

( 14 Set 2013 )

 

( complemento )

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Quero que todos saibam, e especialmente as pessoas citadas nos textos recentes, que se me dispus a contar essas histórias, fui movido pelo afeto, pela gratidão, pela boa lembrança, pelos momentos e cenas que não se apagam…personagens queridos de nossas vidas que só pertencem a nós, guardadinhos nos mínimos detalhes. Fiz da generosidade um mote, um denominador comum, alinhavando entre lágrimas as historias de um tempo tão difícil. E se fui injusto com alguém, ocultando ou esquecendo detalhes, peço que me desculpem. À vezes somos traídos achando que nossa memória é prodigiosa, mas a memória emocional é um oceano profundo, vasto…insondável…sempre haverá camadas e mais camadas de vivências, guardadas no cofre sagrado de nosso coração. Realmente, nas historias do Moto Perpétuo, muita coisa ainda ficou de fora..Por mais que eu me esforce, sempre restarão mais e mais mistérios e preciosidades. Por hora, ví que ficaram de fora a querida mãe de Claudio, Dona Zilda, que me entendia completamente, e que me recebia como um filho, junto com seu Armando, naquele Parí, sentindo cheiro de pão-doce da padaria, e mais tarde naquela Santo André na casa espaçosa, sempre uma comidinha carinhosa. Ficaram de fora o cheiro acre das tardes metalúrgicas e cinzentas do Brás, a Cantina do Largo da Concórdia, que há muito não existe mais – só nas lembranças – As mercearias podronas lotadas de pertences de feijoada, a linha Largo da Concórdia da CMTC, a nossa batalha, sempre andando de ônibus…Ficou de fora lembrar que foram anos de esvaziamento, repressão, Dom & Ravel e o “País que vai pra frente”, sem festivais de MPB para nos lançarmos – houve um hiato entre os antigos FICs da Globo ( quando brilharam Maria Alcina, Walter Franco – nota : O Diogenes tinha essa experiência na bagagem, mas logo pegou o “osso” junto conosco) e o Festival Abertura, aquele que anos depois revelou Djavan, Alceu, Melodia, Mautner, Robertinho de Recife, etc )
Mas a história não me incomoda, não…Se tenho tanto a lembrar, porque eu ficaria só fazendo músicas, musicas, músicas, alguém aqui neste espaço pessoal me surpreendeu e sugeriu que eu me calasse ? Que “deixasse de falação” ? Quem é que falou na palavra “mágoa” – aliás, “mágua” – essa seria a última toxina a contaminar a minha humilde, mas riquíssima história… Quem falou em “mágua” sabe o que é ter memória ? Ou só lembra se si mesmo, de seu umbigo ? Não tem memória para lembrar de nós mesmos ? O que há de errado em lembrar com carinho as jóias de nossas vidas ? E o que há de errado na gratidão ? Segundo o mais elevado de todos nós, o Juraci, é um dos estados do Buda. Aqui me escreveram : “Chega de falação”, mas o que é isto, invadindo o meu, o seu, o nosso espaço ? O que quiseram sugerir ? Que eu focasse somente na “música”, já que nesse quesito eu estaria muito a dever, porque cedi às tentações e me tornei um cantor popular ? Ficou, sim, de fora lembrar que não tivemos nenhuma facilidade, só pedreira. Ficou de fora contar que André Midaní nos esnobou, que aquele “midas” sapientíssimo da Phillips sugeriu que a única chance para nós seria acompanhando o “Rocky Horror Show”, um musical de Guilherme Araujo, no Rio, e que a gente recusou…. Ficou de fora lembrar do empresário Mario Buonfiglio e sua incrível maleta de microfones ? Lembrar do Gabriel Neto, empresário da excelente banda Apokalypsis, e que ambos “empresários” viraram a cara para nós ? Ficou de fora lembrar do Jacques Caleidoscópio e seu programa de doidões, nas madrugadas da Radio America, onde a gente ficou mendigando uma chance ? A verdade é que o mundo não estava preparado para nós, mas até aí não tem problema algum. O mundo, normalmente, sempre foi assim mesmo, nunca está preparado pra coisa alguma, só para o óbvio…Muitas vezes até prega na cruz, pra depois se ajoelhar perante a verdade… Ninguém aqui está magoado, combinado ? Somos felizes, deu tudo certo. Temos histórias pra compartilhar . Ninguém,nem nada, nos roubará esse acervo. E mais uma vez afirmo : a história nos julgará. E o que é perpétuo não cessará de se mover.

( 20 de Setembro de 2013 )