Hoje eu sou barroco. Alguns contemporâneos meus, bastante criativos por sinal, mas que parecem ter parado no tempo, fazem questão de vir a público fazer apologia de seu “lado libertário” bandeiroso… Na parede, um manifesto… Seja Marginal, seja Herói… cada geração com seus signos inalienáveis… tudo é muito compreensível, tudo significa, mas o fato nú e crú de nossa geração é que… o THC deixou de funcionar quando virou ativismo.
Era interessante e muito inspirador quando era revestido de mistérios, como uma sociedade secreta, uma alquimia iniciática.
Esse caráter sigiloso e particular é que era verdadeiramente transgressor – combinado às propriedades psicoquímicas, era a verdadeira chave de uma Era de Ouro da Percepção !
Qualquer ingrediente, aliás, quando se politiza e emburrece na polarização reducionista, vira manifesto libertário, bandeira marketeira para todos os burros, desprovidos de talento, e na nova Pólis eletrônica os enganadores não têm limites para sua empulhação…
Nossos lados secretos são muito mais revolucionários do que qualquer posicionamento público. O território público se torna meramente político, o que é um reducionismo tóxico e desimportante.
Eis o paradoxo da modernidade : nem um aditivo emblemático como o THC escapa dessa regra.
O THC deixou de funcionar quando virou ativismo.