Mensagem do Universo

Recebi uma mensagem esta semana. Uma hora eu conto como foi, o que foi. Tem vezes que a gente olha em volta e só vê coisa ruim, e no nosso caso brasileiro, a conjuntura não ajuda : tudo tende a dar errado.

As coisas não funcionam, bate um desânimo e uma descrença, passamos a olhar o Universo como Perverso, e caímos numa armadilha ancestral e cibernética de “defesa e ataque”, que remonta aos nossos primórdios de primatas em mutação, à época dos primeiros bytes da nossa consciência cognitiva, bytes que nos transformaram em vencedores, diante dos muitos perigos de extinção diante da fome, das feras…O homem primitivo era basicamente “caça”, coadjuvante, e ponto final. ( ponto final não, ponto de partida). O gene do pânico é um dos mais importantes da nossa espécie, e está presente em todas as demais. Por essa espécie de “DOS” basal, primitivo, espécie de “terminal level”, sobre o qual rodam os nossos sistemas de pensamento, quando as múltiplas dificuldades insolúveis se tornam toxinas, nos fazem dar “tilt”, dar “pau”, “travar”, nos vemos prisioneiros de um curto-circuito, um ciclo vicioso que se agrava com essas adrenalinas basais do pânico.

Já repararam como nos comportamos numa briga ? Em situações-limite, nas quais tudo pode acontecer ? Esse é o estado de espírito, infelizmente, de milhões de pessoas em situações de vulnerabilidade e risco permanentes…  Então é necessária uma ruptura – um “chutar tudo para o alto” – para os místicos, significa chutar tudo para o “Alto”, ou seja, entregarmos os problemas ao Sobrenatural. O importante nisso não é “para Onde” ou “para Quem” vão os problemas, (dêem a esse “Quem” o Nome que quiserem) mas sim,  a retirada, a remoção deles de dentro de nosso sistema, mesmo que seja para uma “área de quarentena”. Nessa hora, é como se um milagre se operasse. Tantas vezes eu estava lá no fundo do poço, e não sabia que estava na beirada de um vôo espetacular, completamente inesperado. Devemos confiar no inesperado, porque dele é feito o Universo. Para mim, essa dimensão sempre veio, nunca entendi bem porquê…. E quanto mais fundo era o fundo do poço, mais espetacular era o vôo panorâmico que se preparava. Há várias maneiras de se multiplicar o Universo Perverso por “menos um”, e aquilo que parecia derrota permanente, súbito se “converter” em prodígio. É preciso foco e concentração do pensamento, mesmo que estes sejam involuntários. Conversão é uma palavra de múltiplas sinapses, se combina com muitas situações. Desde menino, tenho o costume de largar alguma uma árdua tarefa consumidora, fosse de composição musical, ou de estudar para uma prova, em alguma véspera de Vestibular, algum “limiar de provação”, e largar tudo,  me retirar na marcenaria, ir para a oficina, ir para o jardim mexer com terra, com plantas, ir pescar, ir correr, andar de bicicleta, subir numa árvore, olhar no telescópio, no microscópio, ler um livro, qualquer coisa em que se manifestasse um silêncio interior. Eis o segredo. O trabalho mental ali não para. A mente trabalha profundamente no inconsciente, desembaraçando os novelos até retomar o fio da meada. O que chamam de “Conversão” para mim é multiplicar o mundo por menos um. E eu já tive inúmeras oportunidades de fazer essa transmutação.

Basta, literalmente, com amor se propor à ruptura, na profundidade da nossa inconformidade. As Religiões são especializadas em doutrinar técnicas de se fazer isso. Por bem ou por mal, vivem disso. O importante mesmo é levar esse nível de otimização do sistema para o centro do nosso dia-a-dia. Francamente, não sei exatamente como se faz. Mas só sei que é assim, e cada um faz do seu jeito.

O Universo, então, tende a conspirar a favor.