Amarante

Rodrigo Amarante – um excentrico absolutamente necessário

Curioso, fui conferir o show no Sesc Pompeia.
Ví um artista concentrado, em sua concisão prolixa, seu mundo muito peculiar e ousado,em sua poética elaborada e muito pessoal, um transgressor suave e cortante.
Ví um cantor afinadíssimo que traz um antigo compressor valvulado na voz – e eu pensava que fosse “plugin” mas é de nascença mesmo…
Ví ousadia e completo domínio da plateia, em sua simplicidade descarnada, sua coragem perante um publico fascinado, sintonizado, coerente.
Uma garotada cult, salteada de saudabilíssimo niilismo melancólico, estrelismo e estrelato zero, em favor de uma clara proposta de arte. Arte é isso, e não o óbvio do sucesso.
Ouví uma profusão de ritmos ternários, toadas country/folk modernas e insistentes, resilientes, alinhavando um novo repertório de estranha beleza e pessoalidade. Assim como algumas resenhas que saíram, também reparei em notas caetanísticas, mas em mergulhos soturnos que remetem a suas aventuras por desertos do hemisferio norte, terras longínquas…
Amarante é um andarilho, um peregrino.
Taí, gostei !  ( 2 Outubro de 2013 )