MATRIX ?

Nunca mais nossas vidas serão como eram antes …
…um dos mais graves processos de transformaçao de toda a História humana …

“Vidas” em “Rede”.
Mentes conectadas e escravas.
…e quando a sordidez humana se apresenta em todo seu monstruoso esplendor ?
… e quando a cópia da cópia da cópia vai gerando o mesmo do mesmo do mesmo…

Éramos inocentes, em outros tempos…nos quais quanto mais informação, melhor…
Não será mais possivel viver aberto às toxinas generalizadas.
As toxinas da informaçao estão diluindo nossas mentes no solvente da entropia.
Degradação da energia.
A cada dia um baque novo, um novo patamar de nivelação, a Humanidade se acostumando com a Matrix.
Face ao caos da informação em que este mundo se transformou, temos agora que escolher uma frequencia para sintonizar e tentar sobreviver naquele “nicho” de proteção .
Estão quase todas as pessoas trancadas em suas redomas de opinião …

Estarei num pesadelo ?

ANTENADO

Quando ser antenado vira defeito ?
Até pouco tempo atrás eu ainda me gabava de ser ligado nos acontecimentos e novidades…
Foi um processo cumulativo e exponencial que me trouxe ao desespero.
Tudo cansa , tudo cansou … foi uma vida inteira cultivando essa crença….De que seria virtuosa a informação e que toda informaçao teria utilidade… uma coisa era a informaçao analógica. Agora instala-se a barbárie. … Agora vivo num paradoxo que é o ruido monumental desse fluxo se tornando tóxico. As pessoas mais previsíveis vão se tornando as mais “articuladas em elementos da moda” , e com isso realimentando sua previsibilidade confortável e retribuidora… Vejo a humanidade chafurdar na lama da informaçao sem criterio nem escrúpulo e as pessoas transformadas em automatos repetidores de jargões e expressões pre-fabricadas…Neologismos são lançados em ondas como palavras-de-ordem …
e nos enxergamos mais inteligentes ao adotar esses arquetipos robot, células espiãs do pensamento…sua única utilidade é padronizar o encadeamento lógico,e todos nós vamos nos encaixando com prazer nas gavetinhas da aceitaçao de perfil … Quando eu tinha o ócio da mocidade preenchido pelas leituras as mais variadas… de Axel Munthe a Agatha Christie, de Proust a Jorge Amado, de Huxley a Castañeda , de Machado a Eça, de Cervantes a Dante , de Kafka a Sartre, de Hemingway a Truman Capote, de Borges a Saramago, de Hermann Hesse a Julio Verne, de Guimaraes a Graciliano, de Kerouac a Mautner… valia tudo… e o silencio da leitura era – ainda é – uma delícia
…mas isso não era absolutamente “antenação”… era outríssima estratosfera construtiva de uma Alma… E no silencio dos livros abertos , dos livros fechados, tudo eram possibilidades e não pre-requisitos para a engabelação coletiva…as possibilidades eram ferramentas diante da folha em branco infinita do pensamento… Antenagem não …é uma gororoba de fragmentos… ganchos mediocres de um alpinismo pré determinado, de construções de plataformas superficiais da vaidade intelectualerda…
Ganchos de marketing raso, Legos da mesmice universal…
Busco desesperadamente o silêncio que não existe mais nas redes ruidosas e cinzentas, assim como o branco absoluto sempre desapareceu com a primeira molécula de pigmento ou sujeira…
somos “antenados” ou somos sintonizados com uma rede invisível de repetições ?
A verdadeira leitura liberta.
A antenagem escraviza na ilusão.